Velhos aliados dos pais moradores em condomínios, os chamados brinquedos de playground sempre foram vistos como a saída mais adequada para o entretenimento de seus filhos. Para as crianças confinadas a maior parte do tempo em apartamento e já saturadas dos próprios brinquedos, o playground é a saída mais atraente na busca de diversão, dando chance de extravasarem sua energia e sociabilizarem-se com outros companheiros do condomínio.
Mas atrás dessa fonte de diversão esconde-se um perigo iminente: o risco de acidentes. Arranhões e hematomas podem ser consequências irrisórias quando comparados às quedas e pancadas que, dependendo da gravidade, podem muitas vezes levar uma criança ao óbito.
Quem não se lembra de um tombo do escorregador ou da gangorra ocorrido na infância? Muitos adultos ainda carregam cicatrizes resultantes das brincadeiras em playgrounds. Apesar de sempre coloridos e atraentes, esses brinquedos podem esconder inúmeros riscos, sendo o mais grave o trauma decorrente de quedas e batidas. Escorregadores, balanças, gangorras entre outros brinquedos, quando mal fabricados e utilizados sem supervisão de um adulto, transformam-se em verdadeiras ameaças à vida da criança.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o trauma é a maior causa de mortes e sequelas em crianças de até 14 anos, representando um prejuízo de quatro bilhões de dólares anuais ao sistema de saúde, além de acarretar um sofrimento incalculável às famílias.
Apesar de alarmantes, a prevenção pode reverte facilmente os números apresentados. Estima-se que 90% dessas lesões podem ser prevenidas através da combinação de fatores como educação, modificações no ambiente de instalação, desenvolvimento de produtos mais seguros, maior rigor no cumprimento da legislação existente e criação de regulamentação específica.
Uma das medidas mais simples e que no entanto é a mais importante, é quanto ao piso do playground. A utilização de concreto, cimento, brita ou qualquer outro material de alta resistência pode, por si só, representar o maior perigo num playground. O uso de areia, grama e pisos emborrachados já pode alterar, em muito, as consequências de uma queda ou acidente no playground.
Apesar dos dados serem preocupantes, não há motivo para proibir a frequência das crianças no playground ou simplesmente retira-las do condomínio. Não podemos esquecer os benefícios que este brinquedo traz, estimulando funções motoras, sociabilizando a criança com seus colegas de condomínio e, principalmente, divertindo.
A preocupação com a segurança destes equipamentos fez com que uma comissão formada por fabricantes de brinquedos e de tintas, entidades como Procon, Inmetro, um laboratório de testes e a Prefeitura de São Paulo, em conjunto com outros órgãos entidades, formulasse a primeira norma brasileira que estabelece regras de segurança para brinquedos de playground, a NBR 16.071. A normatização brasileira foi baseada na norma inglesa BS 5696 de 1986, considera como uma das mais rígidas do mundo.
Definindo vários aspectos quanto a fabricação do produto, desde formatos de fixadores, tipo de tinta até a montagem e inspeção dos equipamentos, a NBR 16.071 trouxe subsídios para que os compradores de brinquedos de playgrounds tenham a certeza de adquirir equipamentos de qualidade com segurança.
Vivam a vida e até a próxima.